Jernau Morat Gurgeh, exímio jogador de vários estilos de jogos de estratégia e tabuleiro, está meio entediado com sua vida na super avançada e plácida Cultura, onde mora. Sedento por um novo desafio, ele será direcionado por forças da Cultura a aceitar o maior deles: aprender e jogar um novo jogo obscuro no desconhecido Império de Azad, dito tão difícil e tão complexo que se torna um determinante do poder politico e social dentro desse planeta. Quem poderia imaginar que, no fim do maior dos torneios, o melhor jogador torna-se Imperador de Azad?
Nosso jogador da Cultura passa a viagem toda se preparando para participar do campeonato . Já em Azad, a cada partida ganha , ele perceberá que o jogo realmente vai muito além de peças, cartas e tabuleiro, mas não adianta recuar : até quando não se joga, o jogo continua, e você sai de rei para peão em um piscar de olhos.
“Toda a realidade é um jogo“
Se você gostou de “1984” e de “Admirável mundo novo”, imagina rever essas lições no espaço, em nova perspectiva. Em “O jogador”, livro do escocês Iain Banks, você encontra tudo isso, e muito mais. O texto é bem instigante, os detalhes sobre tecnologia e estratégias de jogos são apresentados de forma simples e objetiva, e, a leitura flui com facilidade.
Como todo bom livro de ficção cientifica, ” O jogador” nos traz um alerta e boas reflexões. Muitos leitores perceberão similaridades entre embate Azad x Cultura e o que vivemos em sociedade. É possível ignorar conflitos sociais e culturais? E quem diria que ainda estaríamos apegados a velhas ideias e preconceitos em um futuro com tantos avanços?
Para um livro escrito na década de 1980, a trama é muito moderna em conceitos e temas , o que eu adorei. . Mas nem tudo foram flores, claro. Ainda que o livro tenha me mantido entretida, eu não curti muito acompanhar o protagonista. Gurgeh é um homem inteligente, porém ingênuo e acomodado, acostumado com uma vida sem conflitos, que não parece se importar muito bem com o que acontece ao seu redor . Esse comportamento é proposital e ponto importante da trama, no entanto, não favorece a leitura nem o andar da narrativa. E como a leitura demora a engatar, o leitor pode desanimar .
É o tipo do livro, portanto, que não é recomendado pros iniciantes no gênero ficção cientifica. Mas te garanto que depois que você se conecta com a história, a leitura corre bem e se torna interessante e prazerosa.
Os livros da série ” A Cultura”, são todos leituras únicas, independentes, e por isso você não precisa se preocupar com ordem de leitura ou tempo de comprometimento, o que é ótimo. Inclusive, “O jogador” é o segundo volume em ordem de publicação da série, mas o primeiro a ser lançado pela Morro Branco no Brasil.
Sobre a série “A cultura”
Ao longo dos 10 livros que compõem a série ” A cultura”, temos histórias variadas repletas de bom humor, reflexões sobre a condição humana, e claro, espaço, tecnologia e ciência . O autor escocês, falecido em 2013, é, inclusive, muito citado por Elon Musk, que diz ter se inspirado nos avanços de “A cultura” para desenvolver diversos projetos, em especial o do chip de interface homem-máquina, que sua empresa Neuralink pretende testar em humanos no próximo ano.
Curtiu? então se liga na ficha técnica e clica nela para garantir a sua edição: